A noite que se avizinha, é noite de cantar:
I
Hoje é o dia cinco
Amanhã o dia seis
Se o senhor nos der licença
Vamos lhe cantar os reis
Refrão
Cantar os reis
Os reis cantamos
Dar BOAS FESTAS
Mas não demoramos
II
Venho aqui cantar os reis
Não é por vinho nem pão
Venho dar as BOAS FESTAS
É da nossa obrigação.
III
Venho aqui cantar os reis
Em mandado do meu pai
Venho saber da saúde
Que aqui nesta casa vai.
IV
Venho aqui cantar os reis
Pela folhinha do feno
Por favor abrei-me a porta
Qu`estou na rua ao sereno.
V
Venho aqui cantar os reis
Pela folha da abo`reira
Por favor abrei-me a porta
Que estou nos pingos da beira.
VI
Venho aqui cantar os reis
Pela folhinha da rama
Se a senhora está deitada
Levante-se já da cama
VII
Venho aqui cantar os reis
A casa do senhor João
Por favor abrei-me a porta
que sou eu mais o meu irmão
VIII
A casa deste senhor
É de pau de laranjeira
Viva nela muitos anos
Mais a sua companheira
( ... )
Ao esgotarem o seu reportório de quadras, os cantores recorrem à quadra de aviso e apelo final:
Ao longe o pico do vento
Nunca nos aconteceu
cantar os reis tanto tempo...
fomos buscá-lo à deserta
Graças a Deus para sempre
Já vemos a porta aberta.
Ouvem-se risos e os cantores são convidados a entrar, sendo-lhes servindas as iguarias natalícias, entretanto postas sobre a mesa... Claro está que também se regam as gargantas, porque convém sempre amaciar e "molhar" a palavra... :)
Depois da confraternização, geralmente alguns elementos dessa casa juntam-se ao grupo, e, todos juntos, a pé ou de carro, seguem para outra casa, recomeçando aí a cantoria...
Estas visitas cantadas, duram toda a noite. Na ultima casa, tomam o pequeno almoço, antes de irem dormir...
outros refrões:
Ó abrei , abrei
se quereis abrir
é tarde da noite
e eu quero dormir
***
E vós bem sabíeis
e vós bem sabeis
que no dia de hoje
se cantava os reis
ilha da Madeira.